Presumir é como tatear um cômodo conhecido com as luzes apagadas. Não é saber, é achar que sabe. É usar um conhecimento velho, consolidado, como régua do porvir. É acordar de madrugada para fazer xixi sem acender a luz porque, veja bem, você mora na casa há 25 anos.
Você sabe que a estante está ao lado direito; dá os passos com firmeza. O armário está há trinta centímetros do ombro, a cômoda por volta de um metro, a cama está logo ali, o osso do cachorro largado no tapete já estava mais do que previsto na trajetória.
A peça de Lego também não foi esquecida - essa não me pega jamais! - a mesa está logo a...
Ai!
E foi-se o dedo na quina do sofá. Santa paciência, desde quando essa droga de sofá está aqui?!
A dor não nos permite concluir, no máximo culpar. Então ela passa.
Quanta coisa a gente aprende no cotidiano...
Bater o mindinho é um exercício de humildade.
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