segunda-feira, 17 de abril de 2023

1, 2, 3... Textando

Em toda folha branca ou canto livre

aonde cabem versos, os versos livres são você

e eu - e alguma esperança.

E esses sentimentos solitários vem e vão

como as ondas embriagas nas areias - e verão

escorrendo dos meus dedos num traçado de poesia herege

que não encanta, desencanta, rasgo-me e tudo se perde

diverge, converge, e retoma a iniciação

E tudo... tudo isso, pois, não há, repito, não há

como te descrever sem a lírica da fantasia, dos superlativos

das grandes frases sentimentais

Não há nada neles que não seja arte, que não me parte

e dos pedaços que reparte me refaz 

e os escrevendo, vou-me obedecendo

aos comandos da emoção antiga

e a cada linha escrita apaga mais nossa distância

e a nossa morta infância torna à vida!

E a escrita aflita. Aflita me sai cambaleando

entre as cifras imaginadas e apagadas

numa sem luz, numa imensidão

e então te deixo, 

deixo entrar em mim um lumiar

da tua graça

E de pirraça entras em mim como os passos da dança

que iniciam no salão

e queria eu poder ter os porquês e o domínio de todas as palavras

dos travessões, das vírgulas, das reticências e aspas!

Vai que passa... vai que passa

o teu turbilhão.

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