sábado, 14 de novembro de 2015

O mar nunca foi tão azul


 Se tem um presente que eu gosto de receber é o tal do livro, e penso isso pois ele é a sintetização da filosofia do custo-benefício: um preço baixo por histórias, ensinamentos e dias de lazer. Ganhar um livro, para mim, é como ganhar um ticket para um spa ;); posso nem sempre ter tempo para ler, mas só de tê-los ali, me esperando, me sinto privilegiada. 
 Enfim, meu namorado sempre me dá ''cestas-básicas'' de literatura, e a última que eu recebi continha livros incríveis: Laranja Mecânica, 2001: Uma Odisseia no Espaço, entre outros. Um deles me deixou com um certo receio, já que achei que acabaria o deixando mais tempo que o normal na fila de espera da leitura ou o esqueceria na prateleira, e tudo isso em razão do nome do autor.
 Peguei o livro como quem não tem nada pra fazer- mas tinha. E o que refleti depois de cumprir meu ritual de cheirar as suas folhas, foi o seguinte: a capa não é a das mais atraentes e o peso de se ler- e entender- um clássico da literatura russa afetaria muito meu ego, isso porque eu me sentiria muito ignorante, teria de dedicar horas para decifrá-lo. Pois é... formei todo um preconceito de como seria complicado ler A Arte de Escrever de Arthur Schopenhauer - e não é que eu me enganei muito?  Sabe, amei estar enganada; o cara escreve de um jeito tão simples, tão inconformado com gente que deixa o leitor desorientado em razão da complexidade da escrita, da excessiva e desnecessária cientificidade de textos acadêmicos e da terrível desvalorização da língua que acabei me apaixonando por ele, reagi de uma forma muito esquisita: comecei a conversar com o livro, isso mesmo, em voz alta e tudo! Questionei o autor num parágrafo, ele me respondia no outro; ficava confusa com determinado raciocínio, logo em seguida ele me situava. E em razão disso tudo, Schopenhauer é considerado por mim como co-autor do meu artigo de direito penal, amigo íntimo e um professor admirável. É uma pena as leis da física não me permitirem voltar no tempo e conhecê-lo, acredito que eu aprenderia tanta coisa a mais com ele! (sim, estou tietando um cara morto feat. enterrado)
 Outra coisa que eu gostei nele, assim como gostei quando li um pouquinho de Freud, Nietzsche, Brecht e Foucault, foi o estresse, entende? Gente estressada, com argumentos e inteligência escreve bem o suficiente para entrar nas reflexões das pessoas e mexer com suas formas de ver o mundo por toda a história, se tornam clássicos.
 Por fim, vou furtar aqui a frase de um amigo e alterá-la um pouco pra explicar o que esse autor me fez passar: ''Queria esquecer aquilo, só para poder sentir como na primeira vez''.

Observação: Eu não lembro da onde eu tirei o título do meu texto, minha memória deve tê-lo alterado um pouco. É bem provável que ele seja parte de alguma poesia ou música, não consegui recordar corretamente as palavras para encontrar o autor, então se alguém ler esse blog - o que eu não ache muito provável- por favor, não pense que eu sou uma ladra de propriedade intelectual. Grata <3

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