quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Poetria XXXVII

Poetizar é ser ridículo com convicção 

Observe a ventura de sua ação

Caneta nas mãos! 

Poetizar é ser também pesquisador

quando a conclusão rima com 'dor'

Sobre o método, o sumário:

um mesclar criativo do abecedário

O poeta barbado por baixo dos pelos

abaixo das farpas 

da musculatura, dos ossos, da alma

descansa e feito criança

encara de frente e conceitua

os sentimentos inominados e seus derivados 

que fazem da carne ser mais que a sua

Se a humanidade não os nomeia por timidez

ou preguiça, ou ocupação

o poeta sutura a teia com uma oração 

Engendra-se pela lacuna da compostura

vê o que mora no espírito de toda criatura

que nasce e cresce contra a própria vontade

Vã é a saciedade da curiosidade

Quando os encontra não há faculdade

A não ser relatá-los com sua boa sinceridade 

por não caberem nos vernáculos tantos dilemas

cabem decerto nos ternos poemas.

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