quinta-feira, 14 de abril de 2022

O segundo em que tudo cresce

Na infância, o tempo é vagaroso
365 dias valem uma vida quase inteira!
Nada há nele de assombroso
Neles dançam os segundos em brincadeira

Sapateando, juntam-se os números, um à um
dos segundos às horas. Ora, nada incomum!
Do relógio ao calendário, o extraordinário
O momento tornou-se sumário!

No livro do crescer: Setecentos e trinta dias de sol
Mil e noventa e cinco dias da noite derradeira
Mil quatrocentos e sessenta e um dias de solo
Então germina no peito, o sentimento de cerejeira

O tempo é lento... 
Ao passo que rápido
Um estranho devagar
Brotou no peito um afeto que se funde com o amar

A semente vira planta
Em um segundo que nunca avança!
Em qual momento podemos precisar?
Como notar quando rompe a terra, a esperança?

Ouve, ouve bem dentro de ti o titubear
É o instante da primavera
É a semente que os céus quer laçar
Em tão pouco, o muito a raiar!

Da raiz ao broto, até o fruto que do galho se lança
Entre o sonambulismo e o acordar
A fração de morte e vida... E assim, repentina:
A fruta, ao pé balança.





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