sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A música

 De onde surgiu a melodia? Quando terá sido a primeira vez em que um barulho foi alinhado de tal forma, que rearranjou-se em uma canção? Talvez nossos ancestrais a tenha a utilizado como ritual aos deuses, aos céus, ao submundo, e daí pra frente, foi sendo ela apropriada, aos gostos e desprazeres.

  E durante as eras, foi mudando as formas, cuidadosamente, descuidadosamente,  sendo censurada ou impelida, pelo autoritarismo das sociedades modernas, pelas tradições ou pela imprevisibilidade das revoluções.

 E os humanos ainda costuraram os poemas aos ritmos, e tantos outros mais foram capturados por essa estranha junção artística! E a música perdura, em maior ou menor grau de complexidade musical, tornando-se tão sólida e grandiosa, ao ponto de ser industrializada. 

  No entanto, ao menos por ora, não me importam os críticos ou as qualidades, mas sim a beleza dos sons, entrando em nossos ouvidos, através de curiosas ondas invisíveis, que de forma quase literal, tocam os sentimentos mais subjetivos que habitam nossos cérebros, que se escondem em nossos inconscientes, decodificando os desejos. 

 Como essa maravilha caótica foi transformando a crua anatomia de nossos ouvidos em mágica? 

 Um olhar, um toque, quando a música é acertadamente inserida em uma película, transforma a simples passagem de imagens e roteiros, em um filme.

  A chuva não é só chuva, quando envolvida pela harmonia dos sons. 

 Ela traduz o cotidiano para o magnífico, induzindo nossos comportamentos, dos animalescos aos rebeldes, dos amorosos aos ímpios. Conecta as almas, penetra nossas memórias. Transforma o ordinário em épico, com alguns poucos acordes.

 Me fazem pensar em você, no mundo ou na morte. 

 E tudo se torna mais importante do que realmente é.

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