domingo, 7 de agosto de 2016

Uma mentira contada várias vezes


  Eu, ocasionalmente, me lembro de situações que ocorreram comigo de uma forma bem vívida, e isso depende de alguns estímulos externos. O que são esses estímulos externos?, você me pergunta. Ora, ora, estímulos externos são aquelas coisas que acontecem no cotidiano que te fazem lembrar do passado, por exemplo, quando você tropeça e lembra daquela época em que você perdeu o topo do seu dedão do pé enquanto brincava de pega-pega na escola.

  Sempre acreditei, desde criancinha, que eu deveria dar um valor muito grande às minhas memórias, que todo momento da minha vida era muito precioso e, apesar disso parecer muito complexo para o raciocínio de uma criançola, como prova do que eu estou falando, eu sempre fazia aquelas caixinhas de lembrança, inclusive eu tive uma caixinha em que eu deixava cartas às Alines futuras, com instruções sobre a vida, eu entendia que fazer aquilo era como viajar no tempo!

  Pois bem, uma das memórias que mais frequentemente aparecem nos meus flash backs cotidianos datam de quando eu tinha por volta dos 7 anos de idade, quando um parente meu me contou uma mentira e, mesmo eu sabendo, com certeza, que era uma mentira, ele me contou tão bem e insistiu tanto que era verdade, que eu duvidei de mim mesma e comecei a chorar. No caso, esse familiar me disse que eu tinha nascido de uma forma não-convencional, cujo os detalhes não merecem atenção, agora.


  Afinal, o que aquela memória tem a me ensinar? Formulei uma teoria: ela me ensina algo diferente a cada hora, a cada estímulo externo. Atualmente, ela está me ensinando a colocar mais fé em mim mesma, a não ceder, a confiar na minha capacidade. Veja só, nosso cérebro está sempre um passo a frente da nossa consciência. Bem motivacional essa memória, não? 

  
  Talvez seja aquela crise dos vinte anos de idade que está me atingindo com força, talvez seja uma ansiedade pelo-amor-de-deus passageira, mas eu estou mais propensa a acreditar no Papai Noel do que na minha inteligência, no que se refere a manejar a minha vida, e aquela Aline de 7 anos finalmente conseguiu! Ela deu conta de atravessar as barreiras físicas que impedem a viajem temporal , apenas e somente, pra me dar uma lição de moral das boas. Típico daquela senhora corretinha! Ela sabe o quanto eu ainda preciso dela, ela tem muito a me ensinar...

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