domingo, 25 de setembro de 2022

Sonho lúcido

Tão quieta 

e no silêncio

ouço, só, meu respirar lento


Luto contra o sono

sinto o corpo zonzo 


O devaneio solto

quando penso no teu rosto


Emulo tua voz

Te enquadro em minha visão


Na contramão do mundo

Quebro a hegemonia

Ponho-te ao meu lado

Num excesso de poesia


sábado, 24 de setembro de 2022

Errata

 Foi um erro com acerto

Sinto muito. Prometo!

Um erro que foi


De novo, cometo

"O mesmo erro?"

O que foi?


Tem conserto o terceto

Agora, prometo

O erro se foi!


Repito em terceto

"Neste quarteto?"

Mas o que cometo

É sempre à dois.





domingo, 4 de setembro de 2022

Bem te vi

Luzes piscavam

Sons tocavam

E tanta cantoria!


Contigo havia sonhado

Sim - naquele dia!

Mas agora era outra a hora:

Era hora de folia


Muitos corpos enroscavam

E o chão desarrumado

de muitos pés que dançavam

E a tudo embaralhavam


Enquanto sapatos sapateavam

fora da pista que só acolhia

seus calcanhares sem companhia


Como no sonho: De coincidência a realidade preenchia

Uma novíssima Euforia!

Um primata que assiste pirofagia


Foi tua a presença que calou a gritaria

Trocou-se música por arritmia

A cantoria, agora, era cardíaca


Assim que te vi

Aproveitei e revi

Teus pés! Teus que estavam ali!


E eram os únicos que importavam -

Os demais importunavam

minha viva fantasia


Tão logo ei-la vivido, 

bem te vi e a extasia!

O sonho é revolvido.


A Realidade subordina

E ela toda prevenida

evaporou-te na surdina.