domingo, 20 de dezembro de 2015

Antolhos: e como lidar com eles

  Todas as pessoas que conheci (e isso me inclui) foram, são ou serão emocionalmente manipuláveis; o ruim é quando algumas ficam presas tempo demais nessas situações. Os manipuladores não são necessariamente pessoas más e seus objetivos nem sempre são macabros; além disso, suas vítimas são de índole variável - ou seja- o bom e o mau não tem papéis muito definidos nessas relações.
  Conviver com alguém que está na esfera passiva desses relacionamentos não é fácil; ter paciência para ver alguém aguentando coisas ruins só para deixar alguém feliz é um exercício de compaixão porque nem sempre o sofredor entende o que está passando ou fazendo as pessoas a sua volta passarem.
  Amar alguém compreende, principalmente, a coexistência com seus pontos fracos; e por esse motivo é preciso agir de forma a não pôr mais peso nos ombros dessa pessoa que está sofrendo uma extorsão emocional. Então, como agir? Eu não sei com certeza, mas o caminho mais longo é esperar e conversar sempre usando a calma. Seja quase um monge e inspire sempre que essa pessoa disser algo prejudicial a si mesma, o ideal é você seja visto como um porto seguro e um ponto de apoio, quase um psiquiatra. Esse é um dever difícil de cumprir, eu entendo, mas repita para seu cérebro toda vez que você quiser sacudir o coitado até os miolos dele virarem pudim que as coisas não funcionam com base na violência e no distanciamento, ou melhor, toda tentativa de psicologia reversa é inútil, ao invés da pessoa se aproximar de ver a verdade ela vai correr de volta para a reconfortante e cotidiana mentira.
  Coloque o amor em primeiro lugar em tudo, e quando se tratar de lidar com pessoas metidas em grandes esquemas sentimentais, lute contra seu plano de resolução de problemas com base na violência- tudo pode ser resolvido de forma racional desde que se utilize a calma. Esteja sempre do lado dessas pessoas, elas precisarão.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Encaixotada

Num futuro distante, existirá uma garota chamada Luana. Essa menina se sentirá muito feliz o tempo inteiro e terá muita facilidade para desaprender e ficar confortável.
Luana, coitada, às vezes- bem de vez em quando mesmo- se sentirá muito, muito solitária e deprimida, e esse vazio chegará perto de a devorar; mas quando essa dor passar ela preferirá não gastar seu tempo precioso de alegria tentando descobrir a razão desses raros eventos- ninguém que convive com ela, na verdade, entenderá ou buscará entender: Afinal, como alguém consegue ficar tão triste morando numa caixa tão linda, pequena e cheia de respostas quanto aquela?