terça-feira, 13 de agosto de 2013

Die Welle (2008)

Eu quis assistir a esse filme quando o vi na lista de indicações ''Filmes de Revolução'' e a sinopse me gerou grande interesse. O filme é baseado na obra do estadunidense Todd Strasser.
A história se passa na Alemanha, e fala sobre um professor que deu por uma semana um curso sobre a autocracia. A aula parecia entediante, então ele resolveu 'implantar' a autocracia em sala de aula. O experimento foi levado a sério pelos alunos, e eles então criaram 'A Onda', e queriam revolucionar o mundo com suas ideias nacionalistas. A questão é como chegaram a isso?
O professor consegue se pôr como líder com uma votação, mas ele manipula a turma bem discretamente e eles acabam por o escolher. Ele dá ordens aos alunos como: sentar direito, levantar para fazer perguntas, se vestirem uniformemente e dar respostas rápidas e concisas. O professor Rainer Wenger ainda faz os alunos trocarem de lugar, para que as 'panelinhas' se desfizessem e com isso, ele consegue fazer a sala se unir, e com essa união e uniformização eles não viram mais 'barreiras sociais' e se tornaram uma grande família que tinha o professor como pai, ou melhor, Herr Wenger.
Essa união foi o necessário para que eles excluíssem tudo o que diferia de seus pensamentos, para que começassem a atacar quem tentasse os derrubar e eles se organizaram para tomar a escola e até o país inteiro. Não vou contar mais pq é spoiler
Depois de assistir a esse filme eu percebi que a sociedade como conhecemos é frágil, o quanto o povo se entrega só pra serem aceitos nela, e como é difícil a resistência dos poucos que percebem o mundo ruindo.
Ah, e essa história é verídica! Foi um experimento social feito pelo professor Ron Jones, professor do curso do Ensino Médio do curso de '' Mundo Contemporâneo''. Ele queria mostrar aos alunos como os Alemães foram levados a aceitar o extermínio de milhares de judeus durante a Alemanha nazista e que havia como se instalar um regime fascista até mesmo na democracia. O primeiro dia de curso foi só para alguns alunos e depois outros se interessaram, ele deveria ser chamado de Mr. Jones e convenceu os alunos a quererem acabar com a democracia. O experimento acabou no quarto dia, pois ele percebeu que seus alunos fugiram ao seu controle. No último dia de experimento ele disse aos alunos que eles estavam fazendo parte de um 'experimento social fascista'.
Ele chamou atenção das pessoas sobre esse experimento, por ter conseguido manipular tão facilmente as mentes dos jovens. Sua aula foi a inspiração para filmes como die welle (2008), um especial de TV chamado The Wave(1981) e várias outras obras.

"Para mim, como professor, era muito gratificante ver a maior parte dos alunos se envolvendo, tomando as rédeas. Eles saíam para entregar panfletos, agregar nomes. E aí isso explodiu", conta Ron Jones, 68, à Folha, por telefone.
Em cinco dias, o número de membros na classe dobrou --de 25 para 50. Fora de lá, o movimento chegou a reunir mais de 300 adolescentes, segundo Jones, e a silenciar vozes dissidentes, à força.

"Uma criança perdeu a mão construindo explosivos. Era uma criança perdida, perigosa." Foi aí que o professor percebeu que havia ido longe demais. Para decepção geral, fez um discurso no qual revelou a farsa e apelou por bom senso.
(...) Dois anos depois da "explosão", o americano foi demitido e proibido de lecionar em escolas públicas. Hoje, ensina poesia a deficientes mentais, escreve e ministra palestras.

"Nunca faria isso de novo. Coloquei os alunos em perigo. Esse tipo de experimento é útil para mostrar quão facilmente nos tornamos vítimas desse tipo de coisa."
Folha Online

Encontrei o relato do professor Ron Jones sobre a Terceira Onda, acho que fizeram a tradução pelo Google e ta bem ruinzinha, mas dá para compreender.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Documentário: De volta ao passado (Electric Dreams)


Eu estava zapeando na tv e então me deparei com o canal Futura, me interessei pelo o que estava passando e achei legal compartilhar isso.
Enfim, esse documentário/reality foi produzido pela BBC em 2009. É um experimento social que consistiu em colocar uma família moderna, britânica e de classe média para viver como as pessoas viviam nas décadas anteriores a partir dos anos 70.
A família é composta por seis integrantes, os pais e os quatro filhos. Todos têm uma visão diferente sobre o passar do tempo. Uma discussão que perdurou durante os minutos em que acompanhei sua rotina, foi sobre o impacto da tecnologia nas vidas da família, os pais divergiam sobre isso. O pai via a tecnologia como algo divertido, enquanto a mãe percebia o quanto a família se afastava.
Eu comecei a assistir quando eles já viviam no final dos anos 80 e estavam se habituando ao pager, ao pc (adquirindo o acesso a internet com o tempo aquela internet discada que todos amavam) e a moda. A mãe já estava estressada, pois a tecnologia a ajudava a ir para casa mais cedo e o pai competia com os filhos sobre onde os novos artefatos iriam ficar.
As crianças ficavam cada vez mais em seus quartos e foram se tornando mais ''territorialistas'' quanto aos seus objetos. Todos, incluindo os telespectadores, puderam enxergar os motivos de termos começado a depender, pode se analisar o contexto social. A conclusão a que eu e a família chegamos é que eles iam se afastando e conversando cada vez menos, acompanhando o ritmo frenético do consumismo e explosão tecnológica e assim pode-se ver o quanto a economia influencia a vida da população.
Claro que todo o experimento foi muito bem calculado, os produtores cuidaram de cada detalhe do reality, até os meios de comunicação anunciavam os acontecimentos de cada época em que viviam. Todos os pertences adquiridos foram pensados dentro do 'alcance aquisitivo' de uma família de classe média, e para completar, haviam ainda participações de pessoas que entendiam de tecnologia, houve uma visita ao CERN, por exemplo.
Todos levaram dessa viagem no tempo a vontade de manter a família junta, mesmo que seja para assistir um programa de tv juntos na mesma sala. Eles entenderam que há vida sem tecnologia e que ela pode, ao menos, ser dosada para manter a harmonia de um lar caloroso.

p.s: Eu não encontrei um link para assistir ao documentário completo, mas eu procurei mais sobre e descobri que passou na Futura em uma série de documentários chamada Mundo.doc. Eu assisti a reprise, então não sei quando passará de novo. :'(


domingo, 11 de agosto de 2013

Crítica de filme: Idiocracy (2006)


Em 2505 o mundo já não é mais o mesmo, ele foi dominado por idiotas. O que é interessante no filme é que ele demonstra como nos deixamos ser dominados pelo capitalismo, pelos padrões de beleza e pela falta de informação de uma mídia manipuladora. O meio ambiente está um caos, tudo foi privatizado e a política se tornou apenas um show. As leis são absurdas, a justiça tem um grande armamento e nenhuma preparação além do ''atire antes de perguntar'' e as prisões estão abarrotadas e imundas. O povo tem classes bem definidas e o dinheiro está na mão de poucos. Não há direitos humanos, não há educação, saúde ou transporte para a população em geral. Todos os direitos básicos só serão concedidos se houver dinheiro o suficiente no seu cartão de crédito/identidade.
Como não há informação de qualidade (pq as notícias estão todas corrompidas) o povo é extremamente violento, machista, homofóbico e passivo.

O filme é uma comédia (acredite) e passa bem a mensagem, apesar que em alguns pontos poderia ser melhor usando mais alguns personagens que ficaram de lado e assim deixando o final do filme mais interessante.