Ando sentindo pouco ou quase nada.
Descobri que vida é assim: parada. Sofri a angústia da descoberta, feito adolescente que da infância se desperta, até que envelheci. E como são melhores as águas calmas que as turbulências em que vivi!
Quanto mais se sente, mais se sente, e a cada voo alçado em sua potencialidade, com menos se contenta o sentimento, pior se lida com a gravidade.
Descobri que preferimos a dor ao tédio. Que queremos mais do ritmo da existência, mais de tudo o que há de anestésico, uma vida à la carte, sem percebermos que a placidez é sua maior parte.
O tempo passa vagaroso quando se vive a vida, como um caminhar de um idoso e passa muito depressa quando dela se refugia, como a criança que desafia suas pernas recém-descobertas.
A vida não se evapora mais rápido ao meu envelhecer, o sol sempre nasceu, depois vai se acomodando no horizonte, no conhecido poente do meu entardecer.
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