Em toda folha branca ou canto livre
aonde cabem versos, os versos livres são você
e eu - e alguma esperança.
E esses sentimentos solitários vem e vão
como as ondas embriagas nas areias - e verão
escorrendo dos meus dedos num traçado de poesia herege
que não encanta, desencanta, rasgo-me e tudo se perde
diverge, converge, e retoma a iniciação
E tudo... tudo isso, pois, não há, repito, não há
como te descrever sem a lírica da fantasia, dos superlativos
das grandes frases sentimentais
Não há nada neles que não seja arte, que não me parte
e dos pedaços que reparte me refaz
e os escrevendo, vou-me obedecendo
aos comandos da emoção antiga
e a cada linha escrita apaga mais nossa distância
e a nossa morta infância torna à vida!
E a escrita aflita. Aflita me sai cambaleando
entre as cifras imaginadas e apagadas
numa sem luz, numa imensidão
e então te deixo,
deixo entrar em mim um lumiar
da tua graça
E de pirraça entras em mim como os passos da dança
que iniciam no salão
e queria eu poder ter os porquês e o domínio de todas as palavras
dos travessões, das vírgulas, das reticências e aspas!
Vai que passa... vai que passa
o teu turbilhão.
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