quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

(Re)desencontros

 Naquele dia ensolarado e frio era você, não era? Um dia quente e gelado. Era você, sim. Era você olhando para mim. Era você virando a esquina, notando-me e olhando para trás, não era? Sim, era, sim, eu sei que era. Senti você ali e me alegrei bastante. Achei que iria me magoar ao te rever. Achei que ficaria com a feição triste ao te reencontrar. Que sentiria frustração ou tristeza, ou raiva. 

 Sabe o que me aconteceu ao ter sua presença por poucos segundos? Meu peito se encheu é de alegria. Inflou-me um sorriso bobo que ficou colado na minha cara. O tempo é cálido! A vida é boa! Cumprimentei as nuvens! Por uns bons dez minutos só pensei em felicidade. Aí eu notei algo importante... Você não me faz triste - e nunca fez.

  Você me faz feliz. A sua presença, como diz o poeta, entra pelos sete buracos da minha cabeça. A esvazia dos tempos ruins. Renova meu coração. Sinto um fôlego totalmente novo com uma pequena dose dela. Ao contrário, sua ausência é que me dói profundamente. É seu não estar, é a esquina da rua vazia, a mensagem não enviada, a carta não lida, as memórias rasgadas e jogadas no lixo. É a voz de outros tomando os decibéis da sua voz. É você, de costas, partindo. São as pegadas da sua existência e não seus passos. É saudade... é saudade.

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