Eu rio,
você lago
Desaguo,
Você transborda
Minha correnteza
É sua lentidão
Feitos da mesma água
Não se reencontrarão.
Talvez você retorne aqui e todos os textos tenham sumido ou note que as palavras foram trocadas e o sentido de um poema, de um texto, de uma frase, de um aforismo foi totalmente invertido. Aqui é RASCUNHOlogia, não Definitivologia.
Eu rio,
você lago
Desaguo,
Você transborda
Minha correnteza
É sua lentidão
Feitos da mesma água
Não se reencontrarão.
Desenho inspirado neste poem |
Desde jovem, muito jovem
Aos montes me tolhem
Deixo. Que olhem!
Cresci feia - ora, pois, ris!
Nariz torto de chafariz
Verruga na ponta e adorno de cicatriz
E cresci com tudo
Trajei chapéu pontudo
Teci-me de preto - escudo
Deram-me vassoura "Para o chão!"
Ao cão!
Transformei-a em aviação
Sobrevoei seu espantado coração
Da fogueira a qual fui amarrada
E era quente feito vulcão
Escapei com esforço de nada
Colhi a madeira - lenha pro caldeirão
Do espanto e do ódio
Olho de sapo, lasca de ródio
E de cima do pódio, bebi com limão
Em minha cabana isolada
És doce, morada!
A escória da população
Importo-me? Pouco
Converso com corvos!
Têm melhor oração
E passeio entre a floresta
Aventuro-me em suas frestas
Leio meus feitiços
Meus amigos esquisitos
Marco as folhas com minhas unhas compridas
Afio nas cortinas!
Meus cabelos já brancos
E todos em bando:
Às crianças perdidas, ofereço doces
À bela jovem, um tear
E a maçã que envenenaram
Puseram-me a tudo culpar!
Afundo na floresta
"Nunca a vimos" - o povo em festa
Mas me veem nas frestas
De suas morais avessas
De suas culpas quietas
realizadas às pressas
Em oportunas surdinas
Afio minhas unhas em suas cortinas