Às cartas nunca entregues, relato
Meu luto e meu pesar
Santa a intempérie dos enamorados!
Destinatários perdidos...
Papéis extraviados
Confissões jamais lidas,
e segredos nunca revelados
No fundo dos armários
Lançadas ao vento
Desintegradas no mar
Aos quatro elementos!
A água a afogar
escritas de tanto alento
O fogo a inflamar
a frágil tinta dos sacramentos
A terra a enterrar
as letras dos amores lentos
No ar, a flutuar
o cessar dos sofrimentos
E o tempo, apressado em se esgotar
e a nunca te contar
o segredo do meu sentimento
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