sexta-feira, 25 de março de 2022

Eu estou escrevendo um livro chamado "Triz"

 Já o escrevi, reescrevi, reformulei, re-reformulei, desconstruí e reconstruí e construí do zero, depois subtraí, multipliquei por zero, apaguei tudo e então recomecei, e assim por diante, numa conta matemática que só faz sentido para quem é de humanas. Acho que ele nunca irá acabar. Acho que nunca darei conta de pôr um ponto final. Mas, cá está o primeiro capítulo:









domingo, 6 de março de 2022

No meio do caminho

 Ando sem saber o que escrever. O que dizer depois de tudo isso? Acho que nada. Vou colocando um pé na frente do outro. Não corro, não me apresso. Nada tenho a desejar. Observo o chão enquanto caminho. As pedras, a sujeira, o asfalto. Mas não sei aonde vou. Só sei até onde pisei. Todos os meus planos, que nem eram planos realmente, envolviam um sonho. Abstrato, irreal e impossível. E agora? Apatia. Tira-se os sonhos dos humanos e o que deles sobra de humano? Uma explosão à esquerda, um carnaval à direita, e eu caminhando sem rumo, tropeçando de um lado pro outro, como um embriagado qualquer, que sofre por um problema qualquer, nessa vida qualquer, que estapeia qualquer um que possui rosto. Rodopio os pés para olhar até onde caminhei, sem retornar. Não retorno porque desejo seguir em frente, mas porque é impossível voltar ao ponto de partida. O passado foi se apagando enquanto seguia meus passos. Quando olho para trás, o que vejo é um retrato, que vou colorindo, apagando e rearranjando ao bel prazer da memória e da saudade. Existir é um teatro, e meu passado é um cenário, o plano de fundo de uma trama que jamais desejei explorar. Me resta é caminhar, mesmo que arrastando os pés entre a folia e as tragédias. Caminharei melhor se me concentrar em só olhar para frente. Meus passos me bastam.