quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

À Sara

Minha Sara, 

Belo o momento em que olhastes para trás!

Titubeou-se em pensamento de espírito voraz

Quanta ternura em noite clara


E retornaste, curiosa, em passos de carne

Quanta coragem!

Vi-te de lá. Vistes-me à margem

Mira aos céus, Sara! E alarme!


Em vão.


Te arrependerias? Resposta morosa...

Tornaram-te areia ao fitar-me em chamas

Em teu corpo granulado já não se refletia flamas

Nas tuas narinas de sal,  sentistes odor da polvorosa?


Esfarelaram-te sem misericórdia

Mas esculpida em tua face, inextinguível vitória

Qual o último do teu órgão, converteu-se em grão?

Creio, Sara, que o coração.


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