Não lembro da primeira vez que tive um amigo, mas me recordo precisamente em como fazia do desconhecido a amizade. Era simples e tão orgânico! Subia numa árvore com outro ser humaninho, sequer sabia seu nome, mas bastava uma risada e ali eu mesma punha o laço da relação: amigo. A mãe chamava pra casa e eu já reclamava que queria brincar mais "brincar mais com meu amigo, mãe!". A amizade é o espaço que dou para alguém ocupar no meu coração e quem ali entra chamo amigo. Quem pisa nesse lugar, reside pra sempre. Todo canto do meu peito tem um amigo. É uma infestação! Similar a uma colmeia, onde me encontro acolhida. Se o amigo se foi, não há espaço vago, pois fica a memória do amigo. Ali está o amigo que me ensinou queda de braço, ao lado o amigo que me ensinou o primeiro beijo, mais a frente o amigo que acendeu meu primeiro baseado e está ocupado o lugar até do amigo que me ensinou o que não era ser amigo. Esse último, muito importante. O amigo que não é amigo me deixou mais criteriosa. Se terei o coração ocupado, que seja bem ocupado. Os espaços cedidos estão consumidos, e hoje, com os novos, tenho mais cuidado, tanto mais cuidado! Sintam-se em casa, amigos. Enquanto tiver um coração que pulsa, não sofrerão com as intempéries, em mim terão abrigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí, o que achou?