Como Hemingway aconselhou,
escoarei as dores na escrita
Palavra à palavra e
ditar claramente
diretamente
sobre o que ressoa
e o que grita
O que assola é a sentença
a da morte
Morrerei de desejo num instante
A tensão é tão forte!
Atenção
A tensão
É animalesca e direta
Um risco
O desejo é do sexo,
mas mais do que isso e
tão mais!
Tão mais que isso!
Mais que tudo que já quis
é ultrapassar a membrana
O som à contraposta
e o calor que do corpo emana
e que envolve
Incivilidade! Selvageria!
Quero a luta entre os lençóis da cama
Quero o rosto contorcido
As mãos levadas aos cabelos
polegares pressionando as têmporas
A voz subindo e subindo
calando o silêncio com grunhidos
A ausência do palavreado
As mãos pendendo os lábios,
friccionando os dedos no contorno da boca
Sorriso irracionalizado
e o sangue do tortuoso caminho de veias
vagaroso e deslizado
O prazer do desejo sendo satisfeito
E nunca do satisfazer!
As pernas cruzando-se, embaralhando-se
em d 'estratégico emaranhado
Não se juntam os átomos pelo constituir da física
Mas a arte do prazer,
inverte as leis
juntam-se todas as partículas
O olhar vago,
míope
só alcança o outro
A tensão!
Para quê a visão? O porquê do enxergar?
O toque vê, o toque olha, o toque admira
acalma, e traz o extasiar
A distância dos olhos é preenchida pela fantasia
O desejo caloroso é inebriar toda a razão
criando o paradoxo dos sentimentos
a embaçar os olhos de suor
do provocar incontrolável,
retira do pensamento o próprio pensamento
Morrerei com desejo
a falta do sabor
O desejo de ter,
amor
(Nunca por inteiro)
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