Quando isso tudo começou? Inconscientemente, naquele primeiro milésimo de segundo, ouvi um solo inteiro de guitarra. Iniciou-se, ali, o processo de ebulição do que hoje - e isso afirmo com toda certeza - tratou-se da maior explosão já explodida na história das bombas atômicas. E o que vejo, agora, é um cenário pós-apocalíptico.
E agora? Agora, nesse momento, só resta é chorar. Chorar e sentir, sentir até que se entedie dessa guerra interna e se logre a paz. É isso que tenho em mãos, lágrimas, milhares delas, como únicas armas para estar no front. Aqui não há escolha, ou se enfrenta seriamente todas as ameaças, bola-se estratégias para sobreviver ou se afugenta para uma vida mais triste ainda.
Observem ali, que agora são cinzas, ali morava a saudade, logo adiante morava o amor, aqui abaixo dos meus pés residia a paz. Fundiu a matéria em migalhas e depois terei que reerguer tudo. Depois... depois... e depois? Não sei se adianta pensar nisso agora, mas meu pensamento sempre voa desenfreado pelo horizonte, principalmente em tempos ardilosos como estes.
É, talvez o depois me ajude a batalhar. Talvez o depois seja esperança! Sim... o depois será feito de reconstruir a mim mesma, assim, sem boa parte do que era, da mesma forma como as cidades se reconstroem no pós-guerra. É uma reconstrução triste e saudosa, essa de colocar tijolos novos onde haviam bases fortes construídas. Muito bem, bases! Não vou me engendrar em ódio, vocês resistiram enquanto puderam, aguentaram firmes os primeiros bombardeios, me serviram de abrigo até que de nós não restasse mais pedra sob pedra. Quanto ao depois, irei recriar tudo, com o privilégio de poder ajustar o meu mundo numa reorganização totalmente inusitada.
Agora, nesse instante, o que me resta é que não me resta mais nada.
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