Há dias venho tentando reunir as palavras. Acontece que elas andam soltas por aí, descosturadas, espalhadas por todo canto, em grande quantidade, e nunca consigo colocar a linha na agulha. Não as alcanço e elas não vem até mim. Se tornaram bastante independentes, cresceram e seus significados se tornaram insociáveis. Cada uma das palavras é dona de si, e não acho que caiba mais a mim domá-las. E quando isso aconteceu, eu não sei. Talvez tenha sido uma soma de fatores e as fui perdendo por distração, ao cortá-las em excesso.
As respostas mais complicadas geralmente são as mais precisas. E por mais simples que uma resposta pareça, se olhada bem de perto, de pertinho, se torna imensa. Aproxime-se suficientemente de um átomo e ele toma a proporção de todo o universo.
O que eu sinto nesse momento? É algo maior e mais estranho do que aparenta, é uma tragédia e uma comédia, é pequeno e gigantesco. O que sinto é um átimo de um átomo e por isso é forçoso observar algo tão singelo, com essa visão que sequer enxerga o olho da agulha.
E então me sugerem, "por que não uma máquina de costura?", porque esse texto não é sobre corte e muito menos sobre costura. E ponto!
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