Sou uma daquelas pessoas que ainda usa o Facebook, mas eu uso porque por lá ainda existem várias comunidades de literatura, cinema e outras artes, que estão bastante ativas e cheias de pessoas interessantes. Numa dessas comunidades encontrei um poema curtinho que me encantou bastante pela esperteza no uso das palavras.
O dono do poema, descobri, tratava-se de um pernambucano, chamado Múcio Góes, que se identificava como "mg6es" na internet. Ele publicava os poemas no instagram, facebook e nos blogs traversuras, prosa porosa, Blog de 7 Cabeças, árvore dos poemas, verba volant, scripta manent e no máximo o mínimo.
Sua autodescrição no blogger: nasci com intuito / de sentir / sinto muito.
Múcio foi autor de três livros, e era possível adquiri-los diretamente com ele.
Após me apaixonar profundamente pela obra, descobri que Múcio faleceu em 20 de abril de 2018, após uma batalha contra uma doença, e eu, que nem o conhecia, senti a sua ausência, uma tristeza pelo falecimento de um artista tão grandioso e pouco conhecido.
A seguir, alguns dos poemas do Múcio (queria colocar todos aqui):
como é que você
se chama que eu
chamo tanto e
você não vem?
- Múcio Góes
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converso com versos,
a poesia é o trem
em que me expresso.
- Múcio Góes
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vontades dão
e passam
transpassam
como trens passam
deixando trilhos e
saudades
- Múcio Góes
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eco...
quando você
não está,
o meu silêncio fala mais alto;
quando você
faz falta,
eu falto.
- Múcio Góes
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chega
a noite
meço
a dor
e a dor
meço
- Múcio Goés
Até hoje a página Múcio Góes mg6es publica os poemas do autor, até hoje novos admiradores passam pelo processo que passei: de conhecê-lo, amá-lo e de sentir sua ausência. Apesar disso, vale a pena conferir seus maravilhosos e espertíssimos poemas!
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