quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Lembre

  Perpetua-se em nosso cérebro, sem qualquer consentimento, essa tentativa dolorosa de reviver o que já foi vivido. 

  Com insistência e pouca qualidade, as sinapses reproduzem palavras que deixaram de ecoar, sons que cessaram, imagens sem estática. Criam alternativas, saídas mágicas, cenários demasiadamente favoráveis, expondo ao corpo, desarrazoadamente, a sentimentos.

  E tudo não se passa de traços de memórias, indícios imaginários de objetos que não estão mais ali. Espaços vazios, onde antes havia calor. Realidades terminantemente imutáveis.

  Lembrar é uma parte agridoce da existência. 

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