É uma dor muito grande existir, principalmente sabendo que a existência é completamente desnecessária pra mim, pro meu mundo e pro caos do universo.
Falo demais, sinto demais. Repito as histórias. Inflamo o ouvido dos outros sem intenção com extrema frequência. Ocupo a privacidade alheia com os meus devaneios idiotas, com as minhas trapalhadas e meus exageros. Minhas personalidade é grande demais. Ela lota.
Pensar em voltar pra inexistência (esse vazio de que viemos e para onde vamos) me atormenta dia e noite, o tempo inteiro. Por isso não sumi comigo antes.
Eu não quero morrer. Mas vou derrubar a banqueta e quebrar meu pescoço naquele lenço verde, que costumo amarrar na janela do quarto, nos piores dias.
Partir é sempre assim, dramático. Cheio de superlativos e apelações. É difícil, dificílimo. Quando menos se espera os pés se fixam no chão, cessando a asfixia. A mão larga o gatilho. A faca desencosta do pulso. E tudo que resta é um alívio puramente biológico, não mental.
A dor segue a passos largos, sempre em frente, mais e mais resistente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E aí, o que achou?