As vantagens de ser invisível (2012) é um filme, adaptado de um livro de mesmo nome, do autor s cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe – a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências –, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela".
Assisti somente ao filme, e uma cena me chamou a atenção - um monólogo do personagem principal, sobre "estar vivo", enquanto andava em um carro, com os amigos:
“Sei que tudo isso não passará de histórias. E que nossas imagens se tornarão fotografias antigas. Todos nos tornaremos pais de alguém. Mas, nesse momento, estes momentos não são só histórias. Isto está acontecendo. Estou aqui, e estou olhando para ela. E ela é tão linda. Consigo enxergar. E é neste momento que você sabe que não é uma história triste. Você está vivo. Você se levanta e vê as luzes nos prédios e tudo que faz você se perguntar. Está ouvindo aquela música, naquele passeio, com as pessoas que mais ama neste mundo. E, neste momento, eu juro… SOMOS INFINITOS.”
Esse monólogo
tocou, e muito, o jovem coração ateísta, do meu eu adolescente de 17 anos que
assistiu esse filme em 2012. Da adolescente que passava 28h das 24h do dia,
sentindo o tempo escorrendo entre os dedos, o incessante medo da morte. O texto me lembrou que, enquanto estamos vivos,
temos o privilégio de sentir todos os tipos de sensações, podemos experimentar, questionar, nos revoltarmos, mudarmos.
E mais tarde na vida, encontrei tal
filosofia, bem melhor discorrida, nos livros, em especial em um chamado "Carta sobre a felicidade (A Meneceu)", do filósofo Epicuro de Samos, que adquiri em um sebo, em Curitiba.
A "carta" foi escrita por Epicuro a um de seus discípulos, e versa sobre a conduta humana e como alcançar a "saúde do espírito". Ao contrário do que se encontra em filósofos modernos, que são mais "niilistas", Epicuro acreditava que o exercício da filosofia teria como única meta tornar feliz o homem que a pratica, e através dela logrará-se perder, totalmente, o medo da morte, aliviando, assim os sofrimentos, alcançando-se o prazer de viver.
A "carta" foi escrita por Epicuro a um de seus discípulos, e versa sobre a conduta humana e como alcançar a "saúde do espírito". Ao contrário do que se encontra em filósofos modernos, que são mais "niilistas", Epicuro acreditava que o exercício da filosofia teria como única meta tornar feliz o homem que a pratica, e através dela logrará-se perder, totalmente, o medo da morte, aliviando, assim os sofrimentos, alcançando-se o prazer de viver.
"Enquanto sou a morte não é, quando eu não for, a morte será".
Para
o filósofo, que refletiu sobre o fim da existência há mais de 200 anos a.C., os momentos devem ser carinhosamente experienciados, afirmava, ainda, que não havia vantagem na vida eterna, uma vez que o importante não é a duração da vida, mas a qualidade da vida.
Nessa mesma carta, são detalhadas diversas instruções de como se obter a paz, dentre elas, a de controlar o prazer, que não deve ser buscado indiscriminadamente, pois poderá resultar em dor; do mesmo modo, a de sofrer a dor, pois ela poderá resultar em prazer:
Nessa mesma carta, são detalhadas diversas instruções de como se obter a paz, dentre elas, a de controlar o prazer, que não deve ser buscado indiscriminadamente, pois poderá resultar em dor; do mesmo modo, a de sofrer a dor, pois ela poderá resultar em prazer:
"(...) a prudência é o princípio e o supremo bem, razão pela qual ela é mais preciosa do que a própria filosofia; é dela que originaram todas as demais virtudes; é ela que nos ensina que não existe vida feliz sem prudência, beleza e justiça, e que não existe prudência, beleza e justiça sem felicidade. (Cartas sobre a Felicidade. p. 45)"
Enquanto estivermos vivos, a morte não existirá, então não há razão para temer o que não existe - e nesses deliciosos momentos da existência, aproveitados com qualidade, experienciamos o prazer do infinito em um só minuto.
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