domingo, 18 de novembro de 2018

A Dama Branca - Dorothy Parker

  Muito tempo atrás, lá por 2015, bisbilhotando a internet, encontrei um poema em inglês que capturou minha atenção, mesmo eu não entendendo muito o idioma em que ele estava escrito. 

   O poema se chama "The White Lady" e foi escrito pela escritora, poetiza, dramaturga e maravilhosa Dorothy Parker, por volta de 1929. Ele foi encontrado e publicado, juntamente com outros poemas "secretos", da mesma autora, por Stuart Y. Silverstein, em 1996, num livro chamado "Not Much Fun: The Lost Poems of Dorothy Parker".

   Está na descrição do livro que a Dorothy escreveu mais de 300 poemas e versos (!), que foram escritos entre 1926 e 1933, sendo que ela publicou a maioria deles em três livros: Enough Rope (1926), Sunset Gun (1927) e Death and Taxes (1931).

  Dorothy era conhecida pela sua perspicácia e por possuir um olhar crítico em relação a sociedade. Ela foi muito criticada por sua posição política, além de ter sido uma mulher muito à frente de seu tempo, considerando que ela se tornou independente e bem sucedida numa época em que as mulheres possuíam poucas oportunidades de saírem de seus papéis de mães e donas de casa.

  No mais, a autora perdeu os pais muito jovem e sofria de depressão e alcoolismo (fonte), mas isso não impediu sua criatividade, seu humor e acidez, que se findaram em 1967, quando a mesma faleceu devido a um infarto.

  Procurei uma tradução para o tal poema. Procurei bastante, mas como não encontrei, resolvi fazer o serviço sujo, sempre tentando ser muito fiel a "The White Lady". Aproveite a leitura:

A DAMA BRANCA

Eu não posso descansar, eu não posso descansar
  Na madeira reta e brilhante,
Minhas mãos entrelaçadas sob o meu peito -
  Os mortos são todos tão bons!

A terra é fresca entre seus olhos,
  Lá eles jazem quietos.
Mas eu não sou velha ou sábia;
  Eles não me acolhem.

Onde eu nunca antes andei sozinha,
  Eu vago pelas ervas daninhas;
E as pessoas gritam e trancam suas portas,
  E agitam seus colares.

Não não podemos descansar, nós nunca descansamos
  Dentro de uma cama estreita
Que ainda ama mais os vivos -
  Que odeia os pomposos mortos!

Dorothy Parker - The White Lady (1929)

Link do poema completo, em inglês: Clique aqui