Na procura da felicidade os seres humanos tendem a se contentar com o conforto, tanto de suas ideias como de suas rotinas, e todo mundo tem um pouco disso. Entretanto, algumas pessoas se apegam tanto as suas convicções que não aceitam que hajam possibilidades diferentes, ou melhor, podem até enxergar isso, mas entram em estado de negação.
Uma pessoa com muitas certezas pode até ser confrontada com argumentos, dados e fatos, mas vai dar um jeito de adaptá-los a sua perspectiva de vida. Esse tipo de pessoa pode ser vista no dia a dia, essa pessoa pode ser você.
O que mais retrata o exposto acima é o argumento usado por pessoas que tentam negar as injustiças sociais, ou melhor, os privilegiados (branco, heterossexuais, cis, classe média) de que os desprivilegiados (negros, indígenas, gays etc) se vitimizam ao mostrarem a dura realidade em que vivem.
Os privilegiados não conseguem enxergar o que os outros sofrem porque a)é mais fácil assim e b)pois podem tirar benefícios da discriminação, como por exemplo o lucro ou inflar seus egos. Na primeira alternativa, o que vale é o conforto como forma de felicidade, ou melhor, de se ater a ideia de que todos podem conquistar o que quiserem, de acreditarem no karma social, já na segunda a falsa crença de que são melhores que os ''vitimistas''.
Os favorecidos sociais não brotaram do nada, assim como as desigualdades, há cunho histórico, e por serem tentados a ficar na inércia, eles não se interessam em enfrentar algo que afronte suas crenças, principalmente se os fatos que as confrontem sejam complexos.
Sendo assim, ser uma pessoa favorecida é também fazer parte de um ideologia, e ser contra a maré de opiniões é um ato de coragem que afasta o ''agente do contra'' da maioria da sociedade, ou melhor, é desconfortável não fazer parte de algo e é necessário abrir a mente para sair da bolha ideológica que todos foram criados pra viver.
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