sábado, 11 de maio de 2013

Minha aparência





Todos temos essa briga diária com o espelho, até os que parecem mais confiantes no facebook ou instagram. E mesmo que eu seja uma dessas feministas que dizem que o nosso corpo é lindo do jeito que é, eu também tenho minhas dramáticas recaídas de auto-estima, elas geralmente acontecem quando eu recebo uma crítica, quando eu tiro fotos ou quando eu simplesmente acordo e me deparo com uma pessoa horrível bem em frente ao espelho.
A gente passa essa imagem melhorada nas redes sociais, mas isso cansa um pouco, cansa pois tem gente que só ganhando mais de 50 likes no facebook se sente bem, e por mais que eu ache idiota sou humana e tenho meus momentos ''Why não tenho tantos likes assim?'', e por isso já faz um tempo que eu parei com minhas sessões fotográficas pq é um stress olhar 300 fotos ruins em sequencia.
Num desses dias de auto-estima baixa eu resolvi procurar no google esse famoso molde do que seria o rosto 'perfeito' e sobrepus a uma foto minha, ajustei as proporções do meu rosto dentro desse molde com tudo o que eu sei sobre photoshop e então coloquei a maquiagem da moda e o cabelo mais desejado segundo as revistas de moda e saiu isso aí (segunda imagem), um alien.
Em outra eu refiz o meu corpo como o dos manequins, mas eu excluí a foto, aquilo é deprimente, to contente com o meu corpo assim, com a minha barriguinha saliente do jeitinho que esta, se um dia eu ganhar coragem pra perder uns quilinhos estes não serão perdidos pq uma revista de moda ditou, serão perdidos pela minha saúde.
Pra quem passa por essa montanha russa que é a auto-estima, aqui tem uma propaganda da Dove que me inspirou a fazer um post e também fez com que eu me sentisse melhor num desses dias ruins:

E esse outro vídeo, também da Dove que mostra o tanto que uma modelo precisa ser 'ajustada' pra sair num outdoor:

E essa campanha contra a anorexia que compara croquis a modelos, o link do texto completo aqui.

sábado, 4 de maio de 2013

Meu ateísmo

 Eu fui criada para acreditar cegamente num deus, eu tinha certeza que quando eu morresse eu iria para o céu. Eu achava que não existia uma nação que não acreditasse em deus, e pra mim ele de alguma forma tinha informado todo mundo de que ele era o verdadeiro e daí pra frente as pessoas resolviam se queriam ou não segui-lo. Eu orava quando estava com medo ou feliz, eu tinha a certeza de que seria recompensada por ter tido uma vida limpa e moral.
 Em 2005 me deparei com um conflito existencial, meu tio estava doente. Eu orei pela cura do câncer dele, tinha chorei todas vezes que alguém me dizia que ele tinha piorado e me alegrei e agradeci a deus toda vez que ele tinha uma melhora. A última vez que eu o vi foi quando ele estava dentro da ambulância, eu não consegui encará-lo nos olhos, de alguma forma eu sabia que aquilo seria uma despedida, eu achei que esse saber seria deus me antecedendo a notícia de que ele o levaria para o céu.

Após a morte dele eu ia sempre na igreja esperando uma resposta, esperando ter a certeza de que ele estava feliz no céu, e como não obtive resposta eu uma sensação horrível, mais tarde encontrei uma definição daquela sensação, síndrome do pânico.
 Eu lembro de não conseguir sair de casa, lembro de ter medo do apocalipse, de ter medo de ficar na rua e de ir para a escola, estava sob constante pressão, entregue ao medo. Até que um dia eu orei e barganhei mais uns anos de vida e isso me tranquilizou, eu achei que demoraria muito pra ter 20 anos.
 Percebi que sempre tive dúvidas, pensei em como outros países não acreditam e quiça nem conhecem o cristianismo, percebi que se eu tivesse sido criada em outra cultura eu teria outra religião, então quem seria deus pra mim? Eu encontrei uma grande falha nele.
  Procurei religiões que entrassem em acordo com as minhas dúvidas da existência humana e não as encontrei, tentei voltar para o cristianismo e também não deu certo, eu tive crises por causa disso, por pensar demais.
 Tive muitas dúvidas e cheguei a conclusão que é impossível existirmos para sempre, impossível vivermos num reino onde não precisemos de água nem comida para todo o sempre infinitamente, é impossível reencarnar já que a espécie humana um dia será extinta, onde reencarnaríamos? O que éramos antes de sermos humanos? Abandonei também meu conceito de que temos alma, afinal somos um banco de dados incrível, guardamos as informações e depois a utilizamos de uma forma ou outra, somos apenas animais.
 Eu desejo de todo o meu coração que eu esteja redondamente errada, eu quero que tudo isso que eu tenha dito seja mentira, eu desejo isso dia após dia, mas não consigo acreditar que haja outra coisa além daqui. Acredito que a morte seja como antes de nascermos, sem consciência ou corpo, apenas poeira do espaço. E isso dá medo, e me dá vontade de não acreditar nisso, mas é inevitável.
 Apesar dos pesares, a falta de religião foi uma libertação pra mim, me senti mais livre pra pensar e agir, eu quero dar um significado pessoal a minha vida e tudo o que eu fizer durante esse tempo será recompensado a mim enquanto eu viver e eu quero proporcionar essa paz para outras pessoas, apesar disso ser utópico.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A internet aproxima?


Não quero me pagar de nostálgica dos anos 90, pois eu mal vivi por lá. Minha infância, como todos que tem 18~20 anos foi durante os anos 2000. A internet já estava por aqui, no entanto quase ninguém a usava, fosse por falta de informação ou por falta de dinheiro. Eu tive um infância com computador, mas eu gostava mesmo era de brincar o dia inteiro.
Jogar 'bétis', vôlei, futebol, nadar no clube da cidade, brincar de gato mia, pega pega, esconde esconde, tomar banho de chuva, etc. Eu sentia vergonha de brincar, eu queria ser adulta, mas era divertido demais pra parar do nada.




Aí veio a internet, e ela é recente, em 2008 que eu vi que muita gente passava mais tempo curtindo os amigos ~fakes~ do orkut do que curtindo a vida real. Mas mesmo assim, mesmo com o Orkut, as pessoas ainda não passavam tanto tempo na internet. Até a internet ir para o celular.
Agora, se as pessoas não estão escondidas atrás de gigantescos copos de whisky com redbull, elas estão escondidas atrás de celulares cada vez mais modernos, de roupas caras, de sorrisos brancos e falsos. As piadas são repetidas do facebook, a diversão só aparece quando uma câmera de um site de eventos aparece, ta tudo vazio.
Eu não sei o começo exato disso, mas graças a internet, essa vontade que as pessoas tem de montar uma vida perfeita esta as afastando da realidade, do amor e da convivência. Montar uma vida perfeita para postar em redes sociais cada vez mais exigentes. Você deve estar sempre num restaurante de luxo para dar check-in no foursquare, deve estar sempre bem vestido para postar no facebook, deve ter sempre uma piada para twittar, sempre ter um evento para postar fotos no instagram, e sempre ter um assunto no What's App. Será que sou só eu que percebo essa coisa vazia que é a vida moderna?
Eu já tenho esse vício de internet, e o meu maior medo é que eu deixe de viver a realidade para viver em função das aparências das redes sociais. É sorte encontrar um ou outro que não seja fissurado nisso.